quarta-feira, 12 de maio de 2010

Alunos da Escola de Nordeste “À Descoberta da Laurissilva”




 
O Projecto LIFE+ Laurissilva Sustentável, no âmbito da Acção D5, em colaboração com o Centro Ambiental do Priolo, está a desenvolver nos meses de Abril e Maio uma actividade de Educação Ambiental que se intitula “À Descoberta da Laurissilva” com os alunos dos 5º e 8ºanos da Escola EBS do Nordeste. Os 6º anos da Escola estão também a realizar um “Herbario Fotografico” das plantas endémicas dos Açores. 





“À Descoberta da Laurissilva” tem como principal objectivo sensibilizar a população estudantil para a existência da floresta nativa dos Açores, em muitos casos desconhecida, e para os problemas que a ameaçam.
Partindo do principio que a população em geral desconhece as plantas que compõem esta magnifica floresta é nosso intuito, de uma forma lúdica e pedagógica, que os estudantes passem a considerar estas plantas como parte do seu património natural e que deste modo sejam sensibilizados para a necessidade da sua conservação.
“À Descoberta da Laurissilva” é uma actividade que começa com uma breve introdução sobre a Floresta Laurissilva enquanto é distribuído aos alunos um pequeno caderno de campo ou “jogo” que contém um conjunto de fotografias de plantas endémicas e invasoras acompanhadas de uma série de pistas acerca das mesmas. Este “jogo” tem como objectivo a identificação das plantas no campo, por parte dos estudantes, recorrendo ao apoio de monitores de modo a fornecerem o nome comum das plantas a preencher no caderno, e outras curiosidades.

A saída de campo realiza paragens em quatro locais distintos:
1 Miradouro do Pelado  (Fazenda /Nordeste), local onde se pode observar as espécies endémicas que se encontram nas zonas costeiras como a Urze, a Faia da Terra, o Pau Branco e o Bracel, bem como as principais ameaças, nomeadamente a Cana, uma planta invasora.

2 Miradouro da Tronqueira, onde se encontra uma das áreas de Floresta Laurissilva em melhor estado de conservação, e onde se pode observar o problema das plantas invasoras, como o incenso e a acácia, que conseguem ocupar toda uma área desde a ribeira do Guilherme até à encosta .

3 Jardim das Endémicas do Parque Florestal Cancela do Cinzeiro, um local onde se pode caminhar por um pequeno trilho pedestre permitindo a observação de plantas endémicas ou nativas de muito perto, e onde são ocasionalmente observados Priolos, ave endémica de São Miguel.


4 Centro Ambiental do Priolo, um espaço criado para a divulgação de informação e educação ambiental onde se realiza a sessão de conclusão da actividade e visionamento de um jogo interactivo sobre a Floresta Laurissilva, criado pela Escola Profissional da Praia da Vitoria.

Os resultados obtidos com esta actividade de sensibilização têm sido bastante positivos pelo impacto que se consegue junto da comunidade estudantil, que ao estar em contacto directo com a natureza e desfrutando da beleza paisagística e floristica oferecida pela Floresta Laurissilva, passam a observar estas plantas como algo único que lhes pertence e que não querem que perder.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Apareceram os primeiros Cedros-do-mato!!


Para o aumento de produção de plantas nativas dos Açores , o projecto Laurissilva Sustentável tem um viveiro situado na Vila da Povoação, para fins de recuperação da floresta Laurissilva, e para aumentar o alimento disponível para o Priolo (ave endémica e exclusiva da ilha de São Miguel).
 
O viveiro contêm no total 38 canteiros com cerca de 6 metros de comprimento e de largura 50 centímetros; Viburnum subcordatum (Folhado), Prunus azorica (Ginja-do-mato), Ilex azorica (Azevinho), Juniperus brevifolia (Cedro-do-mato), Piconia azorica (Pau-branco), Laurus azorica (Louro), Erica azorica (Urze), Myrica Faia (Faia), são exemplos de plantas que foram semeadas. Cerca de 50000 possíveis plantas cresceram mas a que mais se destacou nas últimas semanas foi Juniperus brevifolia.

As sementes do Cedro-do-mato normalmente demoram 10 – 12 meses para germinarem, mas pelas mais recentes observações realizadas no Viveiro da Povoação, demoraram apenas 5 meses, demonstrando uma surpreendente germinação reprodutiva. 

Agora é esperar que fiquem maiores para serem plantados na serra em áreas onde foram eliminadas as plantas invasoras... 

terça-feira, 4 de maio de 2010

Acção C1 – Produção de Plantas Endémicas em Estufa

O Projecto LIFE+ Laurissilva Sustentável inclui uma grande componente de recuperação de habitats naturais. Para isso é necessário eliminar grandes quantidades de plantas exóticas invasoras como a conteira e o incenso. Em alguns locais a quantidade de invasoras é tão elevada que é necessário replantar o espaço livre rapidamente para evitar a re-invasão de exóticas. Para isso este projecto está a instalar um viveiro dedicado exclusivamente à produção de plantas nativas dos Açores.
O viveiro tem também uma estufa para apoio na produção de plantas e está localizado na Vila da Povoação, em terrenos cedidos para o efeito pela Câmara Municipal. Neste viveiro tem-se realizado uma monitorização permanente (verificando germinações, crescimentos, taxas de mortalidade, etc...). Neste momento verifica-se que o número de plantas está a aumentar, sendo 14260 o total existente, cada vez mais próximo da meta do projecto de 25.000 plantas anuais.

Dentro da estufa existem várias espécies nativas e endémicas como é o caso das Ginjas, Urzes, Faias, Pau Branco, Patalugo e Uva da serra, que são as principais plantas neste momento produzidas. Para que tal seja possível, também a Universidade dos Açores tem colaborado com a cedência de plantas germinadas diversos estudos em laboratório.

Como a monitorização é feita mensalmente é possível ir acompanhando o crescimento de plantas. Nos últimos dois meses, verificou-se um crescimento moderado das Faias (Myrica faia) e do Pau-Branco (Píconia azorica), mas a planta que se mais destacou foi a Ginja-do-mato (Prunus azorica). Na monitorização realizada em Março o crescimento das Ginjas-do-mato era de 3,16 centímetros, passado um mês, obteve-se resultados de 6,19 centímetros, mais de 3cm num mês!

Também as Faias estão a germinar a bom ritmo, sendo que em Dezembro de 2009 existiam pouco mais de 100 plantas e no mês de Abril verificamos 7705 Faias em caixa comprovando os bons resultados. As Urzes (Erica azorica) também já germinam tendo sido repicados 143 exemplares em cuvetes.

Neste momento, já foram plantadas na serra 245 Patalalugos (Serralhas), mas muitas plantas serão colocadas no futuro pela serra da Tronqueira, sendo que o objectivo principal será sempre aumentar e melhorar a floresta Laurissilva na Ilha de São Miguel.